A Análise Preliminar de Risco, como o nome sugere, é uma etapa preparatória que não visa obter uma conclusão definitiva. Seu propósito é identificar e avaliar os riscos associados às máquinas, especialmente no que diz respeito à segurança e proteção das mesmas conforme a NR12.

Qual é a finalidade da Análise Preliminar de Risco?

O principal objetivo desta análise é a identificação de riscos e a investigação de sistemas que possam gerar ocorrências perigosas. Dessa forma, é possível realizar alterações no projeto ou na concepção do sistema, visando eliminar ou mitigar os riscos potenciais.

Conforme um projetista amigo sempre menciona: “Enquanto está no papel, está barato.”

Por exemplo, se uma máquina foi inicialmente projetada com movimento vertical e existe o risco de queda de um dispositivo em caso de falta de energia, é viável mudar sua concepção para um movimento horizontal, eliminando, assim, esse risco.

Quem pode realizar uma APR?

Para conduzir um estudo dessa natureza, são necessárias habilidades e experiência específicas em máquinas ou processos similares. Normalmente, essa análise é atribuída a profissionais da área de Segurança no Trabalho, ou HSE, que levantam a possibilidade de ocorrência de acidentes.

Mesmo com a vasta experiência de um profissional em Segurança no Trabalho, a participação de especialistas de outras áreas contribui para enriquecer a Análise, auxiliando nas alterações de projeto e concepção.

E se minha máquina já está pronta, por que fazer uma APR?

Essa é uma questão válida. A análise, mesmo que a máquina já esteja em funcionamento, pode identificar riscos que poderiam ser minimizados ou até eliminados. Isso a torna ainda pertinente e necessária.

Depois de realizada a APR, um plano de ação será necessário para cada risco identificado, considerando que para cada um, pode haver diversas soluções ou ações a serem tomadas. O desdobramento dessas ações deve ser claro para o responsável pela implementação das modificações.

A NR12 determina que a APR deve ser realizada para cada máquina ou, caso isso não seja possível, para um sistema em conjunto.

Entretanto, apenas elaborar a APR não garante a conformidade com a NR12.

Nomenclaturas alternativas

No mercado, diversos termos são utilizados para se referir a este tipo de análise, todos com o objetivo de identificar perigos e riscos, prevenindo acidentes. Essas variações de nomenclatura podem ser encontradas em Normas Técnicas específicas, além de servirem para diferenciar serviços prestados por concorrentes ou agregar funções adicionais que não são obrigatórias, mas podem ser benéficas.

Consulte as Normas Técnicas para compreender o significado real de Análise de Risco conforme a NBR ISO 12100:2013.

Abaixo, listamos alguns dos termos utilizados. Caso conheça outros, sinta-se à vontade para compartilhar nos comentários:

Avaliação de Risco

Apreciação de Risco

Avaliação Preliminar de Risco

Diagnóstico de Risco

Diagnóstico

Laudo Preliminar de Risco

Laudo de Risco

Relatório de Risco

…… (se você conhece mais, deixe nos comentários abaixo)

Como realizar Apreciação de Riscos?

Capa NBRISO12100-2013

Este é um tópico que pode gerar muitas discussões. É imprescindível seguir normas nacionais vigentes para a elaboração de um documento desta natureza. Um exemplo é a NBR ISO 12100:2013, que é uma versão traduzida da ISO 12100 (em inglês), conhecida como harmonização da norma.

Essa norma estabelece critérios para verificação dos riscos de máquinas, incluindo identificação de perigos, análise de elementos de risco, medidas adequadas de redução de risco, comparação de riscos, entre outros aspectos cruciais para a segurança no projeto.

Sinais de que sua análise não está adequada

Se você está desenvolvendo uma análise ou recebeu um documento de um fornecedor e está em dúvida sobre a qualidade das informações, pode estar diante de:

“palavras em uma folha de papel”

É fundamental que o trabalho técnico obedeça a padrões específicos e respeite as Normas Técnicas, conforme deveria ser ensinado nos cursos de Engenharia. Verifique os elementos que devem estar presentes:

  • Análise em todo o ciclo de vida da máquina
  • ART de um Engenheiro responsável
  • Descrição dos possíveis acidentes relacionados a cada risco
  • Critério quantitativo claro e objetivo para avaliação

O QUE NÃO PODE HAVER:

  • Mencionar apenas “PERIGO”
  • Avaliação restrita a 1 ou poucos riscos (considerando a complexidade – cada fase da máquina deve ter pelo menos um risco identificado)
  • Justificativa técnica quando não houver risco (o que é muito raro)
  • Cópia de Normas Técnicas (que configura infração de direitos autorais)

Está mais claro agora?

Espero que este conteúdo tenha esclarecido suas dúvidas. Sinta-se à vontade para deixar um comentário abaixo, compartilhando sua opinião e como você identifica um bom trabalho de análise de risco.

Caso deseje mais informações sobre a aplicação da Análise de Risco em conformidade com a NR12, confira o artigo abaixo:

5 passos para fazer uma Análise de Risco de máquina e atender à NR12

Fonte Original